sábado, 2 de abril de 2011

Batalha Do Sabugal


Visto que neste fim-de-semana se realizam as comemorações do bicentenário da Batalha do Sabugal, decidimos saber um pouco mais acerca do assunto.

Em 1789 Portugal vivia num regime monárquico estabelecido, que não era posto em causa, mesmo com o despoletar da Revolução Francesa.
Em Setembro de 1793, Portugal participou na campanha do Rossilhão ao lado das tropas espanholas na tentativa de deterem o exército francês, campanha essa que foi um desastre militar e diplomático, pois a Espanha assinou um tratado de paz com a França deixando Portugal isolado contra a França.
No ano seguinte, Portugal assina novamente um acordo com a Inglaterra e Espanha assina com a França, do qual se ajusta um eventual espartilhamento de Portugal em caso de invasão conjunta, que parecia eminente.
Napoleão vinha já previamente a reunir tropas em Baiona, de onde partiriam em Outubro em direcção à fronteira portuguesa, onde se deveriam reunir com forças espanholas com vista à anexação de Portugal.
As tropas inimigas partem e atingem a capital Portuguesa no dia 3 de Novembro, onde são informados que a família real tinha embarcado rumo ao Brasil, impossibilitando, assim, a sua prisão e subsequente decapitação política do reino.         A população começou a revoltar-se contra a presença dos Franceses em território nacional, incentivada pela recente revolta espanhola contra a ocupação por Napoleão, o que leva os Franceses a partir.
Mesmo após o primeiro fracasso, Napoleão não desiste da Península e ordena uma nova invasão de Portugal, desta vez pelo Minho, que foi novamente um insucesso, terminando assim a 2ª invasão Francesa
Wellington, precavendo-se de uma eventual 3ª invasão, ordena a fortificação da península de Lisboa, que viria a ser conhecida pelas Linhas de Torres.

No ano seguinte, um exército comandado por Massena avança para a fronteira beirã com o intuito de alcançar Lisboa.Após a tomada das praças de Ciudad Rodrigo e Almeida, as tropas francesas avançam para o seu objectivo.
Devido à incapacidade de ultrapassar as Linhas de Torres, Massena recua para uma posição mais segura entre Tomar e Santarém, posição que viria a abandonar mais tarde por falta de reforços.
No decorrer da retirada, as tropas de Massena fixaram-se na região da Guarda, paragem essa que foi feita para que as tropas francesas pudessem descansar e alimentar-se. A sua partida estava prevista para o dia 30 de Março. No entanto, dia 29, Wellington resolve desalojá-los da Guarda e faz avançar cinco colunas vindas de Celorico. É dado o alarme, e nas primeiras horas da manhã, o exercito inimigo vê-se forçado a partir em direcção ao Côa, instalando se em redor do actual concelho do Sabugal.
Após o prévio reconhecimento dos pontos de passagem para a margem direita do Côa e do dispositivo táctico do inimigo, o ataque deveria desenrolar se em várias fases de modo a isolar o 2º Corpo de Reynier, que estacionara nas imediações do Sabugal, das restantes forças francesas.
De acordo com o plano desenhado, a 6º Divisão deveria perma­necer na Rapoula do Côa e prender as tropas de Loison aí estacionadas, enquanto se executavam movimentos de envolvimento a sul do Sabugal com a Divisão Ligeira, as duas Brigadas de cavalaria e a 3ª Divisão.
 A Divisão Ligeira e as duas Brigadas de cavalaria, deveriam passar a montante do Sabugal, na direcção de Quadrazais, de modo a cortarem a retirada das tropas inimigas pela estrada de Alfaiates. A 3ª Divisão deveria passar igualmente a montante do Sabugal e a 5ª Divisão passaria na ponte da referida povoação. A 1ª e a 7ª Divisões permaneciam na retaguarda em apoio.
A execução do planeado começou às primeiras horas da manhã do dia 3 de Abril.
A Divisão Ligeira, em vez de se encontrar nas imediações de Quadrazais, encontrava-se perdida num baixio perto do Sabugal. Este erro, que se deveu ao nevoeiro que se levantou nessa manhã, levou a Divisão Ligeira a entrar em confronto directo com tropas numericamente superiores estacionadas na margem oposta. No entanto, para sorte das tropas Portuguesas, foi também o nevoeiro que não permitiu às tropas inimigas observar a sua escassez de homens.

Assim, 1ª Brigada da Divisão Ligeira, atravessa o vau do Rio Côa com a água a atingir-lhes a cintura e com as tropas francesas a disparar. Como se o nevoeiro não fosse suficiente, começa a cair uma pesada e escura chuva, que tornou impossível distinguir os amigos dos inimigos.

O combate foi pautado por avanços e recuos, conquista de peças de artilharia, pela luta próxima e pelo intenso contacto entre soldados. No final, as tropas Portuguesas conseguiram a vitória, sendo de notar a coragem dos soldados ao enfrentar condições climatéricas e humanas difíceis e de combater com bravura um exercito que sabiam à partida ser superior ao seu.

1 comentário:

  1. achei este blog sobre o nosso concelho muito bom...em relação a esta batalha foi realmente algo importante que aconteceu e que com muita honra aconteceu no sabugal...

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